Ela estava morrendo. Queria surtar, gritar, esperniar; arranjar qualquer modo de fazer a dor parar, ou simplesmente distrair-se canalizando sua raiva em outra coisa, mas não lhe era permitido. Tudo que lhe ofereciam era o silêncio.
Um silêncio preenchido por seus ofêgos e o som do sangue chocando-se contra os azulejos brancos do banheiro. Não podia gritar. A cada vez que tentava pronunciar algo, sua garganta protestava com os acessos de tosse e então, o sangue jorrava.
Talvez fosse melhor acabar de uma vez com toda aquela ânsia por liberdade. Acreditava no pós-morte, em algo que finalmente a faria livre.
Com dificuldade, molhou os dedos no sangue e escreveu na parede: “Don’t be afraid, Alice. I’ll come back for you.”. O espelho quebrado serviu como instrumento para o seu fim. Um corte profundo na garganta.
Ela jamais retornou. Talvez tenha finalmente encontrado a liberdade.
In the end;
25.3.10
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Perdição
3.3.10
E o fulgido luar que, agora,
Resplandece em sua pele nua
Sobrepõe sobre ela uma brancura esplêndida
Da qual não sou capaz de apreciar
Nem mesmo na mais bela das virgens
Oh, doce e promiscua garota
Encoberta por um manto de tormentas
És tão desejosa quanto sombria
Enquanto cintilas sob a lua
No mais singular dos gemidos
Assimilado ao gozo, o sangue
Escorre do corpo de teu amante
Quem dera eu
Fosse rico homem
Capaz de pagar por teus encantos
E ser embalado pelo mais belo dos prantos
Extasiado entre tuas carnes
Faria-me do do desejo o sudito
E minh'alma
Ao inferno entregaria
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