Ela estava morrendo. Queria surtar, gritar, esperniar; arranjar qualquer modo de fazer a dor parar, ou simplesmente distrair-se canalizando sua raiva em outra coisa, mas não lhe era permitido. Tudo que lhe ofereciam era o silêncio.
Um silêncio preenchido por seus ofêgos e o som do sangue chocando-se contra os azulejos brancos do banheiro. Não podia gritar. A cada vez que tentava pronunciar algo, sua garganta protestava com os acessos de tosse e então, o sangue jorrava.
Talvez fosse melhor acabar de uma vez com toda aquela ânsia por liberdade. Acreditava no pós-morte, em algo que finalmente a faria livre.
Com dificuldade, molhou os dedos no sangue e escreveu na parede: “Don’t be afraid, Alice. I’ll come back for you.”. O espelho quebrado serviu como instrumento para o seu fim. Um corte profundo na garganta.
Ela jamais retornou. Talvez tenha finalmente encontrado a liberdade.
In the end;
25.3.10
Assinar:
Postar comentários (Atom)

0 comentários:
Postar um comentário